Manifesto Julio Nadim
O Brasil com certeza tem a uma das melhores carnes e vegetais do mundo.
O clima, a cultura e a riqueza da nossa biodiversidade trazem para nossa casa, em abundância, os mais variados cortes e a maior variação de verduras, legumes, tubérculos e hortaliças se assim os desejarmos.
Mas o que temos feito com eles?
Na mesma proporção que essa demanda, cada vez com maior e de melhor qualidade, aumentou: Nós reduzimos.
Reduzimos a nossa capacidade de criar e transformar. Deixamos de compreender e conhecer o alimento. Deixamos de ousar.
O homo erectus, nosso antepassado primitivo, teve que se virar para descobrir o fogo.
O homem moderno, por sua vez, se esforçou para desaprender a utilizá-lo.
O fogo é o complemento da carne, e do que é produzido pela terra, eles foram feitos para serem um só. É ele que tranforma e é através dele que o homem descobriu sua nova forma de alimentação. Não mais como pura e simples necessidade fisiológica, mas como modo de vida, como uma das característcas mais marcantes que definem sua cultura. Como identidade: Não é à toa que dizem por aí que somos o que comemos.
Seja em um fogão convencional, uma fogueira, uma churrasqueira simples ou uma parrilla profissional, precisamos redescobrir a carne, o alimento como um todo e a riqueza de sua versatilidade. Sair do convencional nos leva a conhecer de verdade o que estamos cozinhando.
Minha proposta nesse blog é discutir os pontos de cocção, perceber as nuances, conhecer pelo cheiro, ressignificar velhos hábitos. Trazer técnicas da cozinha tradicional, passando pelos caldos e bases clássicos e seus processos até combiná-los com a intuição de uma cozinha rústica e simples. Não é unir o útil ao agradável, é unir complexidade à simplicidade de uma forma acessível e simplificada a todos.
Vamos conversar sobre o alimeneto. Do cultivo à finalização de um bom prato, acompanhado de um cozido ou um assado. Lembrar a todos que o maior companheiro de um bom corte de carne são os vegetais. Esses, juntos com o fogo e a carne formam a cortina de fumaça que tiram a trave dos olhos da humanidade.
Portanto,
Barasa e fogo baixo: Paciência.
Chama, deixe direto no fogo: Competência
Defume, não tenha medo, faça: Onde há fogo, há fumaça.
Cozinha simples, é cozinha de vó: Comida boa é comida de uma penela só.
Chega de falar, vamos cozinhar.